2º PERÍODO: As ideias pedagógicas no Brasil entre 1759 e 1932: coexistência entre as vertentes religiosa e leiga da pedagogia tradicional
CAPÍTULO
IV
– A “máquina mercante” e as metamorfoses na educação
Os
jesuítas gerenciavam uma grande empresa moderna, conforme a lógica dos
latinfúndios monocultores; em condições vantajosas, pois, além de contar com
frequentes doações, com os favores reais e isenção de tarifas, desfrutavam da
mão de obra gratuita dos índios reunidos em aldeamentos dirigidos pelos
jesuítas.
Possuíam
um imenso patrimônio – colégios, seminários e igrejas, casas de aluguel, terras
de cultivo, fazendas, engenhos, currais e, como agentes produtores em todas
essas propriedades, considerável número de escravos.
O
quadro econômico descrito juntou-se a questão política das terras missionárias,
quando as Coroas da Espanha e de Portugal se voltaram juntamente contra os
jesuítas, estes se indispuseram contra as duas Coroas nos termos do Tratado de
Madri.
Francisco
Xavier de Mendonça Furtado, governador do estado do Grão-Pará e Maranhão
descreve ao Marquês de Pombal em 21 de novembro de 1751 e relata que os padres
empreendiam contra a liberdade dos índios; a posse dos bens situados; a venda
de drogas, de carnes e couros, de peixes; e como se não bastassem tais
denúncias, os jesuítas se recusavam a cumprir as bulas e ordens papais, assim
como as determinações reais, resultando num conflito insolúvel com a Coroa
Portuguesa, culminando na expulsão desses, decretado em 1759.
SAVIANI, Dermeval. História das ideias pedagógicas no Brasil. 4ª ed. – Campinas, SP: Autores Associados, 2013. – (Coleção memória da educação)
SAVIANI, Dermeval. História das ideias pedagógicas no Brasil. 4ª ed. – Campinas, SP: Autores Associados, 2013. – (Coleção memória da educação)