domingo, 25 de fevereiro de 2018

O Ato de Produção – Pensável, Não-Pensável e Impensável



O Ato de Produção – Pensável, Não-Pensável e Impensável


Não percebemos ainda a menina ou menino que aprende como uma necessidade sócio-cultural de interação do ser-estar-sentir e agir no mundo.

A família esconde algo ou omite informações que são importantes durante a formação da personalidade desta criança¿

Segundo (ORLANDI, 1990), “[...] o sujeito só se faz autor se o que produz for interpretável; ele inscreve sua formulação no interdiscurso, historia seu dizer ... porque assume sua posição de autor ‘se representa nesse lugar’, produz um fato interpretativo. Aquele que só repete ‘exercício mnêmico’ não o consegue”.

Foucault trabalha a “noção de autoria” a partir da Análise do Discurso, Orlandi trabalha analisando o discurso toda vez que o produtor da linguagem representa-se na origem, produzindo um texto com unidade, coerência, progressão e finalidade.


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Pensável

Segundo (FERNÁNDEZ, 2001), “Pensar supõe responsabilizar-se pelo pensado”.
Em (ORLANDI, 1990), “O autor responde pelo que diz, faz ou escreve, pois se supõe que está em sua origem.”

Para pensar, as situações precisam ser plausíveis de serem pensadas.


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Não-Pensável

Estes dificultam o pensar, não são limites, mas funcionam como buracos, espaços vazios e esvaziadores. Impõe a proibição do pensar e funcionam como obstáculo da aprendizagem.

Os problemas de aprendizagem se alimentam nesse StandHall a partir de um quantum de angústia que pode cobrir, tapar, bloquear, inibir ou penetrar o desejo de conhecer.

Certas questões estão fora da possibilidade de serem pensadas, seja para uma pessoa ou para uma cultura. Os não-pensáveis recobrem-se de mitos e quando estendem-se e congelam-se no sujeito, produzem “sintomas” ou “inibição cognitiva”.


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Impensável

Segundo (FERNÁNDEZ, 2001), “Um não-pensável não é o mesmo que um impensável”.
Estes se conectam com os limites da própria capacidade de pensar.

A cultura tem seus não-pensáveis ou impensáveis. Os impensáveis são possibilitadores e os não-pensáveis atuam como obstáculos.

A morte, por exemplo, é um impensável. O que nos provoca a pensar e, em certas circunstância, do não pensar. Um não-pensável em nossa cultura é a morte de um filho porque não existe denominação para tanto. Há, sim, “órfão” e “viúvo”.

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Educacionalmente,
avançamos quando atribuímos ao erro como algo construtivo no processo de ensino e aprendizagem; quando não culpabilizamos a criança pelo seu não-aprender e por não castigá-las, porém, nos falta avançar no sentido da apropriação da autoria e responsabilidade dos saberes construídos pela criança.

Assim, torna-se necessário que “Um Outro”, que pode ser mediador-ensinante do processo de ensino e aprendizagem, acompanhe o aprendente, reconhecendo-o como autor de seu discurso.


Fonte:
FERNÁNDEZ, Alícia. O saber em jogo: A psicopedagogia propiciando autorias de pensamento. [Tradução: Neusa Kern Hickel]. - Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

História da Educação Ambiental - ONU



1945
ONU

A criação da Organização das Nações Unidas (ONU) se deu em fevereiro de 1945, na cidade de São Francisco, EUA, como resultado das conferências de paz realizadas no final da Segunda Guerra Mundial. Assinaram inicialmente a Carta das Nações Unidas 50 países, excluindo os que haviam feito parte do Eixo;

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1960
Movimentos Sociais

Representou a realização de projetos culturais e ideológicos alternativos lançados em 1950, marcado pelo moralismo rígido da sociedade - em voga o Sonho Americano  da juventude do Rock de garagem, o surf music, os movimentos de cinema e de teatro de vanguarda, inclusive no Brasil;
Em duas etapas:
- 1960 à 1965 - sabor da inocência e lirismo nas manifestações sócio-culturais e na política é evidente o idealismo e o entusiasmo no espírito de luta do povo;
- 1966 à 1968 - com um tom mais ácido, revela as experiências com drogas, a perda da inocência, a revolução sexual e os projetos juvenis contra a ameaça de endurecimento dos governos;

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1972
I Conferência Mundial Sobre Homem e o Meio Ambiente—ESTOCOLMO na Suécia

Foi a primeira atitude mundial de tentar preservar o meio ambiente;

Conceito de Desenvolvimento Sustentável - embriões

Em 1972 foi realizada a Conferência de Estocolmo com o objetivo de conscientizar a sociedade a melhorar a relação com o meio ambiente e assim atender as necessidades da população presente sem comprometer as gerações futuras;

Discussões em pauta:

- Tamanho da população mundial;
- Poluição atmosférica;
- Uso de recursos Naturais Renováveis e Não-Renováveis.

(Presença de 113 países e 400 instituições governamentais e não-governamentais)

Discussão importante sobre o uso devido dos recursos naturais pelo homem, de que grande parte não serão renováveis quando removidos da natureza em grande quantidade, comprometendo as gerações futuras.

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1992
Conferência das Nações Unidas Sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento—ECO-92—Rio de Janeiro

Foi o momento que a comunidade política internacional admitiu claramente a conciliação do desenvolvimento socioeconômico com a utilização dos recursos da natureza que ficou conhecida como Rio-92, Eco-92 ou Cúpula da Terra —, 20 anos depois da conferência em Estocolmo, Suécia;

(Presença de 179 países)

"Se todas as pessoas almejarem o mesmo padrão de vida dos países desenvolvidos, não haverá recursos a todos"
"Atualmente somos (+ ou -) 7 bilhões de humanos na Mãe Terra"

Ficou acordado a busca de um modelo de desenvolvimento que seja sustentável, inclusive em relação aos padrões de consumo;

Teve como resultado a produção dos documentos oficiais fundamentais:

* A Carta da Terra;
* Três Convenções:
- Sobre Diversidade Biológica e Proteção da Biodiversidade;
- Combate a Desertificação; e,
- Sobre Mudanças Climáticas;
* A Declaração de Princípios sobre Florestas;
* A Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento; e, a
* A Agenda 21.

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1997
Protocolo de KYOTO—Redução de Gases dos países do NORTE—Japão

Estabelecidas metas da redução de gases-estufa na atmosfera poluentes nos Países do Norte, por parte dos países industrializados, além de criar formas de desenvolvimento de maneira menos impactante aos países em desenvolvimento;

Não são homogêneas a todos os países, colocando níveis diferenciados de redução para os 38 países que mais emitem gases - União Européia em 8%, Estados Unidos em 7% e no Japão em 6%

(Países em desenvolvimento como o Brasil, México, Argentina, Índia e, principalmente, China, não receberam nesse momento metas de redução).

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2002
Conferência das Nações Unidas e Desenvolvimento Sustentável em Joannesburgo—África do Sul– RIO+10

(Reuniu representantes de 189 países para discutir a preservação do meio ambiente, saneamento básico, saúde, fornecimento de água, dentre outros)

Rediscutir as propostas da "Agenda 21 - Rio - 92" para os Governos e Cidadãos;

Problemas ambientais globais como poluição, mudança climática, destruição da camada de ozônio, uso e gestão de recursos marinhos e de água doce, desmatamento, desertificação e degradação do solo, resíduos perigosos e a perda da diversidade biológica;

Não foram significativos, pois, os países desenvolvidos não cancelaram as dívidas das nações mais pobres - os Estados Unidos, por exemplo, não assinaram o acordo que previa o uso de 10% de fontes renováveis (eólica, solar, dentre outros);

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2010
 Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas ou CIMEIRA DE CANCÚN—MÉXICO-(16ª COP)

Objetivo: Avançar na redução de emissões de gases;

Entre as decisões do chamado "Acordo de Cancún" - buscar ações concretas para proteger as florestas, que representam quase um quinto das emissões de carbono;

(estiveram presentes 194 países)

Houve acordos e medidas que preveem:
* A criação do "Fundo Verde" a partir de 2020;
* Um mecanismo de proteção das florestas tropicais;
* "Fortes Reduções" das emissões de CO2;
* Garantias de ações do Protocolo de Kyoto;

Infelizmente, não há um mecanismo que force os Estados Unidos e China a reduzirem suas emissões de gases causadores do efeito estufa. 

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2012
RIO+20– Preservação do Planeta—Sustentabilidade para os Próximos 20 anos—Rio de Janeiro

Objetivo: renovar o compromisso político com o desenvolvimento sustentável e o tratamento de temas novos e emergentes;

Dois temas principais:

1 * A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza; e,

2 * A estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável.

Desenvolvimento Sustentável prevê a integração entre economia, sociedade e meio ambiente - inclusão social e a proteção ambiental;

** Gestão do Lixo - grande desafio dos governos;
** Crédito de Carbono - negociação a cada tonelada livre entre países.

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2015-
Conferência das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas- (COP-21)- Paris—França

Objetivo: um novo acordo internacional sobre o clima, aplicável a todos os países para manter o aquecimento global abaixo dos 2º C;

Observações sobre as COP's:

A Conferência das Partes (COP), constituída por todos os Estados Partes são decisórias nas Convenções e reúnem-se a cada ano em uma sessão global para negociar metas de combate às mudanças climáticas;

Todas as decisões são tomadas por unanimidade pelos Estados Partes ou por consenso.


Link's de consulta:

https://nacoesunidas.org/
https://nacoesunidas.org/pos2015/

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Roteiro Básico de Plano de Aula


Roteiro básico para Plano de Aula
(Cada aula obedecerá a um plano específico)

I.              Disciplina-Plano de Aula: ___________________________________________________
Data: ___________

II.            Dados de Identificação:

Escola: __________________________________________________________________________
Professor(a): _____________________________________________________________________
Disciplina: _______________________________________________
Série - Ano: ______________________
Turma: ___________________
Período: __________________

III.           Tema:

- o tema específico a ser desenvolvido nesta aula
- conceito fundamental: referência sucinta de base historiográfica que sustenta o tema

IV.           Objetivos: a serem alcançados pelos alunos:

- Objetivo geral: projeta resultado geral relativo a execução de conteúdos e procedimentos;
- Objetivos específicos: especificam resultados esperados observáveis (geralmente de 3 a 4).

OBS.: começa-se sempre com verbos indicativos:

- ao nível de conhecimento – associar, comparar, contrastar, definir, descrever, diferenciar, distinguir, identificar, indicar, listar, nomear, parafrasear, reconhecer, repetir, redefinir, revisar, mostrar, constatar, sumariar, contar;

- ao nível de aplicação – calcular, demonstrar, tirar ou extrair, empregar, estimar, dar um exemplo, ilustrar, localizar, medir, operar, desempenhar, prescrever, registrar, montar, esboçar, solucionar, traçar, usar;

- ao nível de solução de problemas – advogar, desafiar, escolher, compor, concluir, construir, criar, criticar, debater, decidir, defender, derivar, desenhar, formular, inferir, julgar, organizar, propor, ordenar ou classificar, recomendar.

V.                 Conteúdo: conteúdos programados para a aula organizados em tópicos (de 4 a 8)

VI.              Desenvolvimento do tema: descrição da abordagem teórica e prática do tema

VII.           Recursos didáticos: (quadro, giz, retro-projetor, etc.) e fontes histórico-escolares (filme, música, quadrinhos, etc.)

VIII.        Avaliação: pode ser realizada com diferentes propósitos (diagnóstica, formativa e somativa).

- atividades (ex: respostas às perguntas-problema ao final da aula, discussão de roteiro, compreensão de gravuras, trabalho com documentos, etc.)

- critérios adotados para correção das atividades.

XIX. Bibliografia: indicar toda a bibliografia consultada para o planejamento da aula dividindo-a entre  básica e complementar.



quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Tendências de Redução das Proparoxítonas e Assimilação das Consoantes Homorgânicas


Tendências do Português Brasileiro

Redução das Proparoxítonas e Assimilação das Consoantes Homorgânicas

Tem historicamente falando, grande influência no processo de variação linguística brasileira. Em Portugal, por exemplo, as sílabas pretônicas são reduzidas assim: 

Fevereiro>fev’râiro
Televisão>t’levisão
 Paradeiro>p’radâiro
 Querido>q’rido (dentre outros)
Ao reduzir, o falante tem mais energia para chegar ao final da palavra.

No Brasil, as pretônicas têm quase a mesma duração da tônica, resultando em menos energia para a articulação dos finais da palavra. No caso das proparoxítonas, especialmente, tendemos a reduzi-las na fala rápida;
A tendência do português brasileiro favorece as paroxítonas e desfavorece as proparoxítonas.

TENDÊNCIAS DO PORTUGUÊS BRASILEIRO
1º Conjunto: supressão da vogal da primeira sílaba postônica

(i)  – chácara>chacra

 árvore>arvri~arvi

xícara>xicra

Observação: este (i) é um traço gradual no português brasileiro.
2º Conjunto: supressão da sílaba postônica completa

(ii)    depósito>deposu
 fósforo>fosfu
 válvula>valva
quilômetro>quilomu
3º Conjunto: supressão da vogal da primeira sílaba postônica resultou em sequência fonológica estranha à língua \mr\, \bd\ e \pd\

(iii)  – número>numru
bêbado>debdu
lâmpada>lãpda
4º Conjunto: os falantes reduzem mais ainda as palavras

(iv) – número>nú,meru>númuru>nú,mru>nú,ru
bêbado>beddu>bebo
lâmpada>lampda>lampa

 REFERÊNCIAS:
BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Educação em língua materna: a sociolinguística na sala de aula. – São Paulo: Parábola Editorial, 2004. [Linguagem; 4]

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Tendências de Supressão Fonética - /nd/ e /mb/


Tendências de Supressão do /nd/ e /mb/

A supressão do ND é alveolar e a MB é bilabial, são tendências naturais da língua em seu processo histórico de uso

No quesito tendências naturais da língua e suas consequências no ensino da língua, há dois casos de assimilação que precisam ser pontuados. Assimilação porque numa sequência de sons homo-orgânicos ou parecidos, um deles assimila o outro, que desaparece na sua pronuncia;

A sequência \nd\ é formada por duas consoantes alveolares e ocorre principalmente nos gerúndios:
falando>falanu
vindo>vinu
comendo>comenu

-
Pode ocorrer também em:
quando>quanu

-
A sequência \mb\ é formada por suas consoantes bilabiais e ocorre em:
também>tamém

-
Ambos os casos configuram regras graduais muito produzidas no português brasileiro. Merecem a nossa atenção os frequentes “erros” da transposição dessa regra no cotidiano das escolas.

Atividades no ensino da língua portuguesa com foco nessas tendências podem ajudar ao aprendizado dos nossos educandos.

#FicaàDicadaSupressãodoNDeMB

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

O Paradigma do Conhecer em 7 C's


O paradigma do Conhecer em 7 C's

Aprender supõe reconhecer-se criatura - criadora - autora;

Precisamos de um ensinante que se mostre conhecendo e não conhecedor; que se mostre pensante e não que exiba e imponha o que pensa;

São muito importante os quatro últimos C's:

- Complexo;
- Contextualizado;
- Conflitivo e Questionado;
- Criativo.


A escola precisa ser um lugar, por excelência, de reflexão, onde possa se desenvolver a autonomia a autoria de pensar das crianças;

A autoria de pensamento é uma condição una para que o indivíduo possa sentir-se livre, de forma situada e localizada historicamente.

Cada vez mais, parece que vivemos o "mal estar da cultura atual", onde o sujeito nas suas relações sociais, políticas, econômicas e tecnológicas, parece estar adormecido do pensamento crítico;

Enquanto ensinantes e aprendentes, precisamos ser capazes de reconhecer a nossa capacidade pensante, seja quando fazemos uma atividade, quando ficamos em silêncio ou mesmo apáticos;

A arte do professor é saber descobrir e mostrar a seus alunos o quanto eles pensam, inclusive sem perceberem isso.


Bibliografia:

FERNÁNDEZ, Alícia. O saber em jogo: A psicopedagogia propiciando autorias de pensamento. [Tradução: Neusa kern Hickel]. - Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

ANOS 1890 - O ADVENTO DOS GRUPOS ESCOLARES



O ADVENTO DOS GRUPOS ESCOLARES

A reforma começou em 1890 pela Escola Normal, inspirada nos exemplos dos países como a Alemanha, Suiça e Estados Unidos, então criada a Escola Modelo, anexa à Escola Normal de São Paulo composta por duas classes, uma feminina e outra masculina, a partir de 1892, a reforma geral da instrução pública, seu centro localizava-se na escola primária.

A grande inovação estava na instituição dos grupos escolares “criados para reunir em um só prédio de quatro a dez escolas, pois a estrutura anterior haviam classes isoladas ou avulsas e unidocentes”.

Cada Grupo Escolar tinha um diretor e tantos professores quanto necessários no interior dos grupos escolares, dando origens às classes que correspondiam às séries anuais, eram seriados e implicavam uma progressão de aprendizagem, isto é, os alunos passavam gradativamente, da primeira à segunda série e desta para a terceira até concluir a última série.

Seus princípios pedagógicos vieram mais tarde a ser considerados como Pedagogia Tradicional:

a)    Simplicidade, análise e progressividade: o ensino deve começar pelos elementos mais simples e enriquecendo à medida que adquire os novos conhecimentos gradualmente dispostos;
b)    Formalismo: o ensino esforça-se por ser dedutivo;
c)    Memorização: a medida do conhecimento do aluno é dada pela sua capacidade de repetir o que foi ensinado pelo professor;
d)    Autoridade: a escola elabora um sistema de prêmios e castigos, de sanções visando garantir a organização pedagógica fundada sempre na autoridade do professor;
e)    Emulação: a ideia de dever, a necessidade de aprovação e o sentimento de mérito são desenvolvidos para manter a atividade escolar, contemplando o princípio de autoridade;
f)     Intuição: o ensino deve partir de uma percepção sensível do aluno e a sua observação. Desenvolvem-se todos os processos de ilustração com objetos, animais ou suas figuras. (método intuitivo divulgado pelos discípulos de Pestalozzi no decorrer do século XIX na Europa e Estados Unidos)


Rui Barbosa e Caetano de Campos foram entusiastas do método intuitivo e por ele guiou-se a organização das escolas-modelos e dos grupos escolares.


No estado de São Paulo os grupos escolares se disseminaram, chegando a 101 escolas em 1910, sendo 24 na capital e 77 no interior. De São Paulo o modelo irradiou-se pelos demais estados do Brasil.

Em Santa Catarina, o primeiro grupo escolar foi criado em 1911 na cidade de Lages, cidade natal do então governador Vidal Ramos, que emprestou seu nome ao Grupo Vidal Ramos.


Tal modelo de escola elementar encontra-se ainda hoje em vigência nas quatro primeiras séries ou “primeiros cinco anos”, onde se denomina ensino fundamental.

No fundo, as escolas-modelo formavam as elites – a questão da educação das massas populares ainda não se colocava, pois o significado pedagógico implantado no modelo dos grupos escolares levavam a divisão do trabalho escolar ao formar classes com alunos do mesmo nível de aprendizagem e nos mais refinados mecanismos de seleção com altos padrões de exigência escolar, determinavam barreiras à continuidade do processo educativo e acentuavam o aumento da repetência nas primeiras séries dos cursos.

A Reforma Sampaio Dória abriu o ciclo de reformas estaduais que marcaram a década de 1920, processo que alterou a instrução pública em variados aspectos e mais para o final da década, a penetração do ideário escolanovista, dentre as quais:

a)    O aparelhamento técnico-administrativo;
b)    A melhoria das condições de funcionamento;
c)    A reformulação curricular;
d)    O início da profissionalização do magistério;
e)    A reorientação das práticas de ensino.

Foi na década de 20 que a versão tradicional da Pedagogia Liberal foi suplantada pela Pedagogia Moderna.

Colaboraram nesse processo, a criação da Associação Brasileira de Educação (ABE) em 1924, por iniciativa de Heitor Lyra, em torno da bandeira da educação ganha impulso com a concepção humanista moderna de filosofia da educação, reunindo adeptos às novas ideias pedagógicas. Em 1927, a (ABE) organizou a I Conferência Nacional de Educação, evento promovido regularmente nos anos seguintes.

Se disseminaram as ideias laicas, culminando na exclusão do ensino religioso das escolas públicas em 1889. Separou-se Estado e Igreja em supostas ‘idas e voltas’, incluisive a Igreja reage com a pressão para o reestabelecimento do ensino religioso nas escolas públicas e difunde seu ideário pedagógico por meio de publicações de livros e artigos em revistas, jornais e nas próprias escolas normais.

REFERÊNCIAS:
SAVIANI, Dermeval. História das ideias pedagógicas no Brasil. 4ª ed. – Campinas, SP: Autores Associados, 2013. – (Coleção memória da educação)

Dicas para escrever o Relatório Psicopedagógico

DICAS PARA ESCREVER  RELATÓRIO PSICOPEDAGÓGICO O relatório psicopedagógico é diferente do relatório pedagógico em vários aspetos. O...