domingo, 23 de abril de 2017

CAP. IV – A “máquina mercante” e as metamorfoses na educação RESUMO SAVIANI


2º PERÍODO: As ideias pedagógicas no Brasil entre 1759 e 1932: coexistência entre as vertentes religiosa e leiga da pedagogia tradicional

CAPÍTULO IV – A “máquina mercante” e as metamorfoses na educação

Os jesuítas gerenciavam uma grande empresa moderna, conforme a lógica dos latinfúndios monocultores; em condições vantajosas, pois, além de contar com frequentes doações, com os favores reais e isenção de tarifas, desfrutavam da mão de obra gratuita dos índios reunidos em aldeamentos dirigidos pelos jesuítas.

Possuíam um imenso patrimônio – colégios, seminários e igrejas, casas de aluguel, terras de cultivo, fazendas, engenhos, currais e, como agentes produtores em todas essas propriedades, considerável número de escravos.

O quadro econômico descrito juntou-se a questão política das terras missionárias, quando as Coroas da Espanha e de Portugal se voltaram juntamente contra os jesuítas, estes se indispuseram contra as duas Coroas nos termos do Tratado de Madri.


Francisco Xavier de Mendonça Furtado, governador do estado do Grão-Pará e Maranhão descreve ao Marquês de Pombal em 21 de novembro de 1751 e relata que os padres empreendiam contra a liberdade dos índios; a posse dos bens situados; a venda de drogas, de carnes e couros, de peixes; e como se não bastassem tais denúncias, os jesuítas se recusavam a cumprir as bulas e ordens papais, assim como as determinações reais, resultando num conflito insolúvel com a Coroa Portuguesa, culminando na expulsão desses, decretado em 1759.

SAVIANI, Dermeval. História das ideias pedagógicas no Brasil. 4ª ed. – Campinas, SP: Autores Associados, 2013. – (Coleção memória da educação)

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