Criança e Poesia

Desnasalização e Travamento Nasal do /N/

Segmento nasal representado por \N\ – Desnasalização e Travamento

Vogais nasais \~\ - a, e, i, o e u

Ditongos nasais\~\ - ai, ui, oi, ei e au

-

Na escrita, o travamento nasal é representado por \~\ ou por consoantes nasais.

Exemplos: 

irmã, monja, ontem, cantarão, (dentre outros).

-

Em sílabas tônicas com travamento nasal, geralmente, não há a desnasalização.

Exemplos: 

caminhão, armazém, estarão, reunião, irmã, (dentre outros).

-

Sobre a supressão do travamento nasal quando a sílaba final é átona, a chamamos de desnasalização.

Exemplos: 

virgem>virge, homem>homi, fizeram>fizeru, (dentre outros).

-

Sobre a desnasalização nas formas verbais da terceira pessoa do plural.

Exemplos:

eles fizeram>eles fizeru, eles andaram>eles andaru

eles comeram>eles comeru, eles nadaram>eles nadaru

eles arrumaram>eles arrumaru, eles navegaram>eles navegaru

eles cochilaram>eles cochilaru, eles bateram>eles bateru

eles lavaram>eles valaru, (dentre outros).

Exercício: Identifique quantas vezes houve travamento nasal \N\ ou desnasalização (quando há a supressão do respectivo segmento) no exercício de escuta do seguinte trecho:

Mulheres como Maçãs - adaptado ao exercício (Poema de Shuna Holmes)

Mulheres são como maçãs em árvores, estão no topo

Os homens não querem alcançar, dormiram

fizeram e fazem o que podem, cochilaram

porque eles têm medo de cair, de se machucarem. 

Preferem pegar as maçãs podres que ficam no chão,

Para comerem assim, sempre acham que arrasam

Mesmo não sendo as boas maças que estão no topo, nadaram no vento

mas são fáceis de se conseguir, advinha quem é facinho, o homem.

(TN) TRAVAMENTO NASAL \N\		(DN) DESNASALIZAÇÃO
Com TN:	Sem TN:	Sem DN:	Com DN:
- - - - -	- - - - -	-  - - - -	- - - - -

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Perca da Vogal /I/ em Ditongos /AI/ e /EI/

Perca da Vogal /I/ (processos de monotongação) em Ditongos /AI/ e /EI/

É menos avançada, porém, merece a nossa atenção a pronúncia dos ditongos \ai\ e \ei\ quanto à perca da vogal \i\.

Veja as seguintes pronúncias:

\ai\ - caixa, baixela, baixo, baixa, paixão.

\ei\ - queijo, beijo, treino, beira, peneira, feira, ameixa, dinheiro, inteiro, cozinheiro, cabelereiro, limoeiro.

Então:

caixa>caxa

queijo>quejo, beijo>bejo

treino>treno, beira>bera

peneira>penera, feira>fera

ameixa>amexa, dinheiro>dinhero

inteiro>intero, cozinheiro>cozinhero

cabelereiro>cabelerero, limoeiro>limoero

Em manteiga, o ditongo é seguido da oclusiva velar \g\ e já se reduz (mantega) em sua pronúncia.

As oclusivas \t\ (jeito) e \d\ (Almeida) e as fricativas \v\ (raiva) e \s\ (sonoro – beiço) desfavorecem a aplicação da regra de monotongação da vogal \i\.

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A redução do ditongo \ei\ diante das oclusivas \t\ e \d\ varia regionalmente.

Na Paraíba e em Pernambuco ocorre a monotongação ou redução no nome próprio Almeida>Almêda.

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Observação:

os segmentos \j\ e \x\, por exemplo, são fonemas pronunciados na região alta da boca, o palato, assim como a vogal \i\ e ,por isso, é mais comum ocorrer a monotongação.

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Exercício: Identifique quantas vezes houve a perca da vogal \i\ em ditongos na pronúncia do \ai\ e \ei\ – processo de monotongação, fazendo a gravação das palavras destacadas em cima nos contextos de suas frases - criando-as e se divirtam com o novo aprendizado.

PRONÚNCIA DE  DITONGOS \ei\		PRONÚNCIA DE DITONGOS \ai\
Completa \ei\:	Sem \i\:	Completa \ai\:	Sem \i\:

Perca da Vogal /U/ nos ditongos /OU/

É ouriço, ou "oriço"

Perca da vogal \u\ em ditongos com a pronúncia \ou\ - chama-se de processo de monotongação da vogal \u\

Exemplos:

falou>falô
sou>sô
 jogou>jogô
 frouxo>froxo 
(dentre outros)

Em sílabas internas, átonas ou tônicas, também é reduzida: 

besouro>besoro
tesouro>tesoro
louco>loco
doutor>dotô
 roupa>ropa
(dentre outros)

Nos radicais dos verbos, há a tendência a abrir a vogal oral:

rouba>roba>róba
doura>dora>dóra
(dentre outros)

-

Na transição do latim para o português, a vogal \a\ das palavras (paucum>pouco>poco) e (aurum>ouro>oro) transformou-se em \o\ por um processo de assimilação, influência do segmento seguinte \l\ ou \u\ - sendo o \o\ uma vogal produzida pela cavidade posterior da boca.

A monotongação ou redução dos ditongos é uma tendência fonética histórica de apagamento da semivogal nos ditongos crescentes ou decrescentes. Por esse processo forte no português brasileiro e no sul de Portugal, "pouco" passa a ser pronunciado como "poco", e ouro, como "oro".

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Exercício: Identifique quantas vezes houve a perca da vogal \u\ em ditongos na pronúncia do ditongo \ou\ - processo de monotongação - fazendo a gravação de trechos de novelas, programas de rádio ou de entrevistas.

PRONÚNCIA DE DITONGOS \OU\
Pronúncia com \ou\:	Pronúncia sem \u\:

A História Universal da Pedagogia e Suas Utopias

Como a Pedagogia pode fundamentar a prática docente?

Há várias armadilhas e contradições que revestem as práticas pedagógicas no contexto escolar, pois não é apenas uma responsabilidade pessoal de cada docente, mas um trabalho coletivo de pensar o contexto e recriar um modo de atuar sobre ele, numa dimensão pública-social-coletiva.

A tarefa do pedagogo é discutir-refletir e organizar as condições para que o ensino possa realizar-se de maneira adequada, com alunos aprendendo, buscando o conhecimento e com professores felizes e saudáveis.

A Pedagogia organiza uma direção de sentidos naqueles espaços onde a educação se realiza. Na ausência dessa direção mora o perigo de as crianças se educarem ao acaso, pela influência mais forte com professores soltos, isolados e perdidos.

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O coletivo é o motor da educação e dar os sentidos de direção é a função da Pedagogia.

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A educação em Sentido Lato é multidirecional pelo conjunto de influências que se exercem sobre o sujeito em todas as direções: para o bem ou para o mal.

É bom recorrermos à história da Pedagogia para alicerçarmos a nossa construção da subjetividade pedagógica, pouco estudada hoje nos Cursos de Pedagogia:

* Sócrates

 - Pai do ensino como diálogo: Nasceu em Atenas por volta de 469 a.c - método de aprender - maiêutica - arte do diálogo consiste em discutir com o outro, deixá-lo expressar suas ideias, fazendo-lhe ao mesmo tempo perguntas sobre o sentido das noções que utiliza.

* Comenius

 - Pai da Pedagogia Moderna: Nasceu na Holanda, em 1592 - 1670 - Método capaz de ensinar tudo a todos, trazendo à tona o problema essencial pedagógico: como, para que, o que e para quem ensinar? 

Recorre-se a Pedagogia.

Europa renascentista do século XVI e XVII - mesmo tempo de Lutero.

-

O que é Pedagogia?

Prática social para organizar a educação em determinado tempo e espaço, refletindo sobre as finalidades e os meios mais adequados, buscando a cada momento compreender e transformar as práticas educativas de forma que atinjam as finalidades estabelecidas.

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* Rousseau

 - Pai da Pedagogia Contemporânea: Nasceu em Genebra, em 1712 - 1778, em pleno Século das Luzes - XVIII - a razão como protagonista da história: as artes, as ciências e as técnicas.

Põe a criança no centro da questão pedagógica e a política como fundamento da Pedagogia.

Obra pedagógica: Emílio;

Obra política: Controle Social;

Criou a teoria da criança, vendo-a com uma natureza específica e não como um adulto em miniatura.

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* Pestalozzi

 - Nasceu na Suiça, em 1746 - 1827 - Dewey: Nasceu nos Estados Unidos, em 1859 - 1952

Remanescências  na Pedagogia brasileira: Pais do pragmatismo.

Método Pestalozzi: Aprender fazendo em que a observação ocorre primeiro e depois a manipulação e a verbalização - cabeça, mãos e coração - demonstrações didáticas, vivências e aprender fazendo.

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* John Dewey

- A escola como uma comunidade em miniatura, um "sociedade embriônica" com natureza moral e social.

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*Anísio Teixeira 

- brasileiro, nasceu em 1900 - 1971: Signatário do Manifesto da Escola Nova (1932) - foi aluno e seguidor de Dewey, principal mentor do "Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova".

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* Paulo Freire 

- dispensa comentários, autor de vários livros que são referência a todos os pedagogos, como:

Pedagogia do oprimido

Educação como prática de liberdade

Comunicação ou extensão

Pedagogia da autonomia

Professora sim, Tia não

Postura inovadora e crítica frente a função social da escola, mediada pelo diálogo, valorização da cultura do aluno, vê a educação como forma política de transformar a sociedade.

Pedagogia Progressista Libertadora como resistência as práticas de dominação educacional.

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Por uma Pedagogia do Sujeito, o qual ensine para a liberdade e para a autonomia, preocupada com os valores que possibilitem a vivência em comum, a solidariedade e a diversidade. Essa construção implica a formação de homens conscientes e produtores de sua existência, inseridos em projetos coletivos, capazes de construir formas alternativas de vida e coexistência.

Que essa Pedagogia eduque para romper com a dissociação, a falta de comunicação entre cultura e economia, entre afeto e tecnologia e entre necessidade e desejo.

Bibliografia:

FRANCO, Maria Amélia do Rosário Santoro. Pedagogia e prática docente. – 1ª ed. – São Paulo: Cortez, 2012.

Pronúncia da Consoante Lateral /L/ ou Vogal /U/

Pronúncia da Consoante Lateral /L/ ou Vogal /U/

O \L\ na posição pós-vocálica final do português brasileiro pode ser realizado como consoante lateral \L\ ou como vogal \U\, em pronúncias de forma sonora.

No sul do Brasil, ainda encontramos em dialetos regionais, a variante \L\, porém, a variante \U\ está generalizada na variação linguística contemporânea em todo o Brasil.

1º CONJUNTO	2º CONJUNTO
Carnaval	Amável
Pôr do sol	Automóvel
Avental	Horrível
Carretel	Terrível
Azul	Dócil
Funil	Difícil

Observação: No primeiro conjunto, ocorre mais as pronúncias do \L\ (mais no sul do Brasil) ou \U\, generalizado em todo o país, mais comum que na segunda coluna. 

Somente no polo rural\rurbano, dá-se a supressão do \l\ ou a troca por \r\, como nas falas de Chico Bento, por exemplo, (carnavá, carnavar).

Atenção para o uso do pós-vocálico do \l\ e para a neutralização entre o \l\ e \u\

O uso do \u\

berimbau, pau, chapéu, apogeu, céu, réu, pneu, mau (bom), grau, abriu, fugiu, véu, seu, saiu, museu, tabú, troféu, degrau, pigmeu, jubileu, judeu, cacau, liceu.

O uso do \l\
essencial, estável, passível, cordial, parcial, elegível. hostil, casual, mal (bem), formal, instável, sensacional, gentil, primordial, possível, favorável, racional.


O uso do \o\
abandono, abano, abastecedouro, arrepio, macio, vazio, tio, abelhão, aberrativo, aberto, Abílio, objeto, amasso, amargo, apelo, ócio, cheio, gordo, magro.

Exercício: Forme frases com as palavras mais proferidas por Chico Bento – personagem de Maurício de Sousa, tendo em vista as palavras em que ocorre a troca do \l\ pelo \r\ e a sua neutralização:

-*praneta vs planeta:
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-*fechô vs flechou:
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-*carnavar vs carnaval:
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-*paper vs papel:
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-chegô vs chegou:
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