Na
articulação das consoantes, seu som na passagem pela boca em algum ponto
encontra um embaraço;
ARTICULAÇÃO DAS CONSOANTES EM
EMBARAÇO
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Bilaterais – contato
dos dois labios
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Alveolares – contato
da ponta da língua com as gengivas ou alvéolos – a parte do dente revestida
pela gengiva
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Labiodentais – contato
dos dentes superiores com o labio inferior
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Palatais – contato
do dorso da língua com o céu da boca ou palato
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Linguodentais – contato
da ponta da língua com os dentes superiores
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Velares – contato
na parte posterior da boca, depois do céu da boca – véu palatino
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Bilaterais
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Labiodentais
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Linguodentais
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Alveolares
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Palatais
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Velares
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SURDAS
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p
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f
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t
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s
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x
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k
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SONORAS
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b m
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v
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d n
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z r l
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j lh nh
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g r rr
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Nas consoantes surdas, não há a vibração do som criado nas cordas vogais;
Nas consoantes sonoras há a vibração do som criado nas cordas vogais, faça o teste, se você por a mão na parte anterior do seu pescoço – na altura da garganta – ou em cima da cabeça irá perceber a vibração;
Nas sequências
\nd\ e \mb\ – há a tendência natural da língua para
supressão
A sequência \nd\ é formada por duas consoantes e ocorre principalmente nos gerúndios:
falando>falanu
vindo>vinu
comendo>comenu
Pode ocorrer também em:
quando>quanu
A sequência \mb\ é formada por suas consoantes e ocorre em:
também>tamém
Os casos apontados são tendências naturais no uso cotidiano da língua em casos de assimilação precisam ser pontuados. Assimilação porque numa
sequência de sons homo-orgânicos ou parecidos, um deles assimila o outro, que
desaparece. Ambos os
casos configuram regras graduais muito produzidas no português brasileiro e merece a atenção dos professores quanto aos frequentes “erros” da transposição dessa regra no português "dito-padrão". Processo conhecido como de monotongação, onde uma das letras desaparece quando pronunciada.
Há ainda outras tendências que precisam ser pontuadas, tais quais:
A variação linguística nos aspectos
da redução das proparoxitonas e a assimilação das consoantes
homorgânicas.
Em
Portugal, as sílabas pretônicas são reduzidas assim:
Fevereiro>fev’râiro,
televisão>t’levisão, paradeiro>p’radâiro, querido>q’rido.
Ao reduzir, o falante tem mais energia para chegar ao final da palavra.
No Brasil,
as pretônicas têm quase a mesma duração da tônica, resultando em menos energia
para a articulação dos finais da palavra. No caso das proparoxítonas,
especialmente, tendemos a reduzí-las na fala rápida. A tendência do português
brasileiro favorece as paroxítonas e desfavorece as proparoxítonas.
TENDÊNCIAS DO PORTUGUÊS BRASILEIRO
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1º Conjunto: supressão
da vogal da primeira sílaba postônica.
(i)
–
chácara>chacra, árvore>arvri~arvi, xícara>xicra
Observação: este (i)
é um traço gradual no português brasileiro.
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2º Conjunto: supressão
da sílaba postônica completa.
(ii)
–
depósito>deposu, fósforo>fosfu, válvula>valva,
quilômetro>quilomu
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3º Conjunto: supressão
da vogal da primeira sílaba postônica resultou em sequência fonológica
estranha à língua \mr\, \bd\ e \pd\.
(iii)
– número>numru, bêbado>debdu,
lâmpada>lãpda
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4º Conjunto: os
falantes reduzem mais ainda as palavras.
(iv)
–
número>nú,meru>númuru>nú,mru>nú,ru,
bêbado>beddu>bebo, lâmpada>lampda>lampa
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#ContraoPreconceitoLinguístico
REFERÊNCIAS:
BORTONI-RICARDO, Stella
Maris. Educação em língua materna: a sociolinguística na sala de aula. –
São Paulo: Parábola Editorial, 2004. [Linguagem; 4]
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