sexta-feira, 18 de maio de 2018

Olhar-Ler-Falar do Sujeito Pós-Moderno

Olhar-Ler-Falar do Sujeito Pós-Moderno

"[...] fugirmos de tudo que é padronização.
A palavra sujeito remete-nos à subjetividade e,
desta forma, a vicissitudes, a percursos imprevisíveis,
impredizíveis, improduzíveis.

A palavra sujeito remete-nos a possibilidades,
particularidades, à tecitura singular de aprendizagens.

Daí termos que falar do sujeito do desenhar e não do desenho.

Olhar-ler-falar do sujeito de desenhar é abrir espaço da produção de sentidos e
simultaneamente jogar-se em busca de sentidos,
sabendo de antemão que eles nunca se esgotam.

Um desenho não esgota o sentido,
o gesto também não;
a palavra também não.

Não é o sujeito leitor que vai esgotar o sentido, tampouco o sujeito autor.
Os sujeitos estão se transformando e transformando as situações.
As situações não são estáticas, como as radiografias.

Portanto, não podemos padronizar nosso olhar,
padronizando os elementos gráficos.
Uma só jogada não esgota o jogo,
uma só questão também não,
uma só lógica também não.

Yara Stela Rodriguês Avelar.
Situação pessoa aprendendo investigador-sujeito da investigação....
-
Paradigma Atual da Pós-Modernidade

O que caracterizou a Modernidade do século XVII e XVIII segundo os principais estudiosos da área,
foi sem sombras de dúvidas a transição do mundo medieval teológico (onde Deus era o centro do universo) para o mundo antropológico (onde o Homem passou a ocupar este lugar), a suposta distinção do mundo da  e da Razão, da Religião e da Ciência;

Grosso-modo: Há outras leituras sobre a sua origem.
Segundo estudiosos da área, o início da Pós-Modernidade se deu no pós-guerra, a partir da explosão da Bomba de Hiroshima de 1948 (o que caracterizou a crise da Razão e da Ciência); 

Três ideias centrais:
* Crise da ideia de filosofia como construtora da verdade;
* Crise da ideia de certeza;
* Crise das utopias.

É um conceito complexo, em resumo:
- É a construção de um presente possível;
- Desencantamento da ideia de um futuro garantido, certo, promovido pelas leis da história;
- Segundo Lyotard, onde todas as (narrativas, um discurso e uma hipótese) entram em crise (mundo, história, vida) e também o marxismo, cristianismo e iluminismo.
- Seu núcleo é a negação de qualquer fundação, não há um "real realmente real", mas narrativas que estruturam essa realidade;
- As visões de mundo - tornam-se projetos utópicos, negados pela pós-modernidade;
- A falta de certezas indica a impossibilidade de prever o futuro filosófico e científico e o que nos resta é o presente. 

O presente precisa ser modificado e vivido, seja para o bem ou para o mal;
- Nega a materialidade como definição daquilo que de fato é real, atribuindo a realidade ao sentido que os sujeitos podem dar as coisas;
- A simbiose entre a ciência de ponta e o arcaico (do afeto e do sentimentalismo);
- Aceitar a diferença e "misturar tudo", nas artes, no cinema, na música, dentre outros.
- Fim da ideia de futuro e a supervalorização do presente;
- Saímos da uniformidade (padrões de comportamentos) e admitimos o politeísmo (da trajetória livre, mistura);
- A sociedade do espetáculo.

terça-feira, 15 de maio de 2018

O que é Psicopedagogia?


O que é Psicopedagogia?

"Você me pergunta:
O que é psicopedagogia?
Só posso lhe responder,
que é uma arte, ofício e paixão!

Um saber que se constrói
com muita informação.
Um fazer de cada dia,
em trabalho de mudança,
conquistando para a vida
adulto, jovem e criança.

Para a psicopedagogia,
cada ser é ensinante
e ao mesmo tempo aprendente.

Dirigi-se ao conhecimento
de um modo muito envolvente,
e encontra-se a si mesmo
em processo de autoria.

Se quiser de fato conhecê-la,
venha se apropriar, desvendar, estudar...

O caminho foi aberto
quando decidiu perguntar."

Júlia Eugenia Gonçalves


- Segundo o Código de Ética de Psicopedagogia, da Associação Brasileira de Psicopedagogia - ABPp, em seu artigo 1º, define assim seu campo de atuação:

"A Psicopedagogia é um campo de atuação em educação e saúde que lida com o processo de aprendizagem humana; seus padrões normais e patológicos, considerando a influência do meio - família, escola e sociedade - no seu desenvolvimento, utilizando procedimentos próprios da psicopedagogia."


http://www.abpp.com.br/documentos_referencias_codigo_etica.html

sábado, 12 de maio de 2018

Sentimentos Extremos em Wallon


Método Cris Poli de Educação

Método Cris Poli de Educação, a SuperNanny

Cris Poli é uma apresentadora de televisão, 
pedagoga e escritora argentina,
conhecida por apresentar a versão brasileira do
Reality Show SuperNanny no SBT.

Em recente vídeo conferência sobre seu
método para educar, revelou seus princípios educativos
em oito pilares, a saber:

Três conceitos norteadores:
- Amor;
- Limites;
- Não tenha medo de falar "Não para o seu filho".

Revela que não há "receita de bolo" para educar os filhos

1º Pilar: Educação
É vida, são valores, é tudo o que vivenciamos através das experiências mais simples do dia-a-dia. Você precisa estar com eles e eles não precisam de muita coisa, a mais importante com certeza é a sua presença, pai - mãe;

2º Pilar: Autoridade
Segundo seus princípios cristãos, Deus confiou os filhos à sua vida e você tem o direito de fazer com que ele te obedeça, ainda que não seja da noite para o dia, pois é uma conquista e envolve outros valores, como lealdade, respeito e consideração pela individualidade.
E com certeza foge ao autoritarismo, da obrigação do mando para fazer imposto, não negociado;

3º Pilar: Responsabilidade
Do olhar sensível, da escuta apurada a suas necessidades e expectativas, da sensibilidade do toque. Envolve muita amorosidade e paciência e respeito do "filho para os pais" e dos "pais para com os limites do filho", ligado a valores do respeito a sua individualidade singular e única.
Essa educação não pode ser transferida a outros, como aos avós, tios, cunhados, babás ou a escolas. (que não é função da escola);

4º Pilar: Organização
Da casa, da rotina, dos horários, da colaboração dentro da possibilidade de cada um da família.
Ter mais tempo para o seu filho, estabelecer horários para dormir, ver TV, para acordar.
"O caos não serve para educar os filhos, eles precisam de rotina";

5º Pilar: Respeito
Eu quero que meu filho me respeite, então respeite seu filho tanto quanto você mesmo!
A criança aprende pela imitação e a brincadeira é essa possibilidade viva.
Não poupe energias, brinque bastante com seu filho - ele não perderá o respeito por você, pelo contrário, você o poderá cativar pela brincadeira;

6º Pilar: Indivíduo
Ele é único e singular, ainda que sejam gêmeos, terão diferenças muito particulares em cada um.
Deus o fez único, descubra seu talento e incentive - tem meninas que gostam de brincar de carrinho e meninos que gostam de dançar ballet. 
Ele aprenderá a respeitar as diferenças do irmãozinho, primo, amigo.

7º Pilar: Amor
Com certeza não se constrói dando presentes.
Não dê presentes para compensar a ausência.
Todo ser humano tem carência de abraço, de beijo, de ouvir eu te amo;

8º Pilar: Educação e Construção
Sempre é uma construção.

Criou o cantinho da disciplina, que não pode ser o quarto de dormir!!!

Sua base é sempre por em prática os três conceitos norteadores
- Amor;
- Limites;
- Não tenha medo de falar "Não para o seu filho".

-

Segundo "Mário Sergio Cortella" - Grande filósofo brasileiro -

Um pai lhe perguntara: 

"O que a família pode fazer para ajudar a escola na educação dos filhos?";
Cortella diz haver uma inversão na pergunta,
justamente porque na escola há a escolarização
e na família a primeira educação ou pedagogia familiar;

Na escola, um professor em uma classe tem 30, 35 alunos
Na família, os pais os tem 1, 2 ou 3 por toda uma vida;

Se a família tem dificuldade com poucos, imagine a escola.
O que é tarefa da família é da família educar e o que é da escola é da escola escolarização;

A escola não cumpre a tarefa da família e vice-e-versa;
A responsabilidade dos filhos é dos pais e de forma secundária do poder público,
a escola cumpre escolarização;

Portanto, há a necessidade de parceria entre família e escola
para que o processo educativo seja possível pelas duas vias;

Segundo Cortella, uma parcela dos pais está perdida e não sabem o que têm,
ela vive uma situação de submissão com os filhos.

Um exemplo banal, apenas para ter como referência:
"Quando era menino, meu pai chegava ao restaurante e
me dizia 'Mário sente-se' e 'eu sentava'. 
Qual é a frase que se utiliza hoje 'filhinho onde você quer sentar', 'o que você quer comer', 'o que você quer assistir', 'a que horas quer dormir' (dentre outros);

Você oferece a uma criança de 7 e 8 anos em nome de um carinho algo que a deseduca
Claro que sou contrário ao espancamento, a bater, mas não sou contrário a
uma educação que seja firme. 
Ser firme é saber dizer não, é ser autoridade, é por a mão no ombro com delicadeza, mas com firmeza para sentir a pressão sem machucar!!!

Pode parecer pouco, mas há uma diferença significativa na formação do caráter da criança quando dizemos 'sente-se', de quando dizemos 'onde você quer sentar' -
o modo de dizer a segunda frase é acovardada;

Consequências na educação:
Muitas vezes o professor é o primeiro
que exerce essa autoridade dizendo a ela
'vez a tarefa de casa', 'guarde esse celular',
'pare de conversas paralelas', 'jogue fora esse chiclé';
partem para cima de nós professores!!!
sem falar dos altos índices de agressão para com os professores nunca vistos em toda a história!!!

https://www.youtube.com/watch?v=_05MrY97IXM

quarta-feira, 9 de maio de 2018

Um Galo Sozinho Não Tece a Manhã

Um Galo Sozinho Não Tece a Manhã

"Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.

De um que apanhe esse grito dele
e o lance a outro; 

de um outro galo que apanhe o grito 
de um galo anterior
e o lance a outro;

e de outros galos que com muitos
outros galos se cruzem
os 'fios de sol' de seus gritos de galo,

para que a manhã,
desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.

E se encorporando em tela,
entre todos,
se erguendo tendo, onde entrem todos,
se entretendendo para todos,
no toldo (a manhã) que plana livre de armação.

A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que tecido, se eleva por si: luz balão."

João Cabral de Melo Neto
Tecendo a manhã

sábado, 5 de maio de 2018

Alteridade e Essências Humanas

Alteridade e Essências Humanas

"Todos iguais no nível de nossas essências.
A cor, o cheiro do corpo, a raça, a camada
social a que pertencemos,
são aspectos exteriores que encobrem
e disfarçam esse mesma essência,
cujo destino é ressurgir e brilhar.

Em nosso olhar, em nosso sentir, em nosso agir.

Se não tomamos consciência disso,
não mudamos nossa postura no mundo
e nem o conteúdo e a qualidade de 
nossos sentimentos e expressões.

Não contribuímos para mudar o social.

Vivemos construindo fronteiras - 
reforço do ego, do ter, do poder,
mas o tempo agora é de passagem.

Passagem para a fase do ser e do sentir.

Abertura para um novo poder -
o poder do afeto e da compreensão
às necessidade alheias, do respeito, da dignidade,
da autolibertação."

Sandra Celano.
Corpo e mente na educação (...) 2001.


Afinal, somos seres da reflexão?

"(...) temos vivido até agora sem fazer essa reflexão,
sem examinar o fundamento de nossas capacidades
cognitivas.
Mas, se fizermos a reflexão,
podemos consentir sem aprofundar nosso entendimento?

Da dinâmica das relações humanas,
sociais e não-sociais e
descobrir certos aspectos que não devemos desprezar,
se quisermos ser responsáveis
no que fazemos na convivência com outros
seres humanos e com a natureza
que nos sustenta e nutre."

Humberto Maturana.
Emoções e linguagem na educação (...) 1999.

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Olhar com Dialogicidade Amorosa


Olhar com Dialogicidade Amorosa

"O meu olhar é nítido como girassol.
Tenho o costume de andar pelas estrelas
Olhando para a esquerda e para a direita,

E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...

Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...

Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do mundo..."

Fernando Pessoa


"A mansidão, a afabilidade e a
doçura conquistam o mundo."

Pedro Poveda


"(...) se formos ensinantes\aprendentes capazes
da dialogicidade amorosa,
como nos propõe Paulo Freire,
seremos sim capazes de,
sustentados pela ética, por nosso
'amor de si' e 'amor pelo outro',
liberta-nos e libertar ao outro
para sermos mais de acordo
com nossos desejos, para sermos mais felizes."

PRANDINI, Regina C. A. R..
Autoria de pensamento e alteridade (...)

sábado, 28 de abril de 2018

Pensamento Utópico e Aprendizagem


Pensamento Utópico e Aprendizagem

A utopia possui uma função social educativa 
porque é uma forma de se colocar contra todas as manifestações de violência, 
nos preparando para o que é preciso fazer

Para as necessárias reformas,
nos organizando em um espaço diferente,
onde busca-se criar o novo,
o alternativo,
a ação e reflexão criativa que busque o amanhã,
o que pode vir a ser realidade.

A palavra utopia significa "em nenhum lugar" (u-topos)
e possui uma conotação positiva, de algo
"que ainda não é, mas que poderá vir a ser".

Na escola, é necessário que possamos
refletir sobre as possibilidades de construção do que ainda não foi feito, construído.

Ao afirmarmos que o pensamento utópico
possui uma função educativa,
podemos reforçar a tese que inúmeros educadores -
dentre eles Paulo Freire é o maior exemplo -
defendem: analisar, pensar criticamente o passado
faz com que a compreensão do presente fique
mais organizada e isso, por sua vez,
possibilita o surgimento de novas perspectivas para o futuro.

Desse forma, a utopia faz com que tenhamos possibilidades
de escapar da violência, adequando os tempos históricos,
"passado, presente e futuro"
às novas formas de organização mental
que porventura surjam em espaços de mudança.

Sendo a educação instrumento essencial
para a transformação, a mudança,
é indispensável que tenhamos
consciência da importância do pensamento utópico
como propulsor de nosso trabalho cotidiano.

João Beauclair.
Direitos Humanos na prática pedagógica: (...) 2002

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Deixaria para Você, Se Pudesse


Deixaria para Você, Se Pudesse

"Se eu pudesse deixar algum presenta a você,
deixaria acesso o sentimento de amor 
à vida dos seres humanos (...)

Lembraria os erros que foram cometidos
como sinais para que não mais se repetissem (...)

Deixaria para você, se pudesse, o respeito, 
aquilo que é indispensável:
além do pão, trabalho e ação.

E quando tudo mais faltasse, 
para você eu deixaria,
se pudesse, um segredo:
o de buscar no interior de si mesmo 
a resposta, a força para encontrar a saída."

Gandhi

sábado, 14 de abril de 2018

O Tear do Pensar


O tear do Pensar

"Pensar supõe entrar nos desejos,
vendo o possível e o impossível,
para depois poder trabalhar
na direção do fazer provável
algo do possível

o tear
o tear
o tear
o tear

quando pega a tecer
vai até ao amanhecer

quando pega
a tecer,
vai até ao
amanhecer..."


Adaptado:
Fernandéz, Alícia.
O saber em Jogo ...
-
Batuque dos Gerais. In:
Uma estória de Amor-
Festa do Manoelzão.
João Guimarães Rosa

Novos Olhares


segunda-feira, 9 de abril de 2018

Fundamentos da Psicopedagogia

Aspectos Históricos da Psicopedagogia

  Os primeiros Centros Psicopedagógicos foram fundados na Europa, em 1946, por J Boutonier e George Mauco, com direção médica e pedagógica;

   George Mauco, fundador do primeiro centro médico psicopedagógico na França.
CONTEXTO DO PÓS-2ª GUERRA MUNDIAL
-

Da Europa para a Argentina e depois para o Brasil

  A corrente européia influenciou significativamente a Argentina – principais psicopedagogos: Alicia Fernández, Jorge Visca, (dentre outros);

  Chegou ao Brasil, na década de 70, cujas dificuldades de aprendizagem eram associadas a uma disfunção neurológica denominada de disfunção cerebral mínima (DCM), virou moda neste período. 
Um dos nomes de prestígio aqui no Brasil é João Beauclair
-

Professor argentino Jorge Visca difundiu a psicopedagógica no Brasil em Três linhas da Psicologia:

  Escola de Genebra - Psicogenética de Piaget (cognitivismo);
  Escola Psicanalítica - Freud (sujeitos com igual nível cognitivo e distintos investimentos afetivos em relação a um objeto aprenderão de forma diferente), e;
  A Escola de Psicologia Social de Enrique Pichon Rivière (paridade do cognitivo e afetivo em dois sujeitos de distinta cultura, devido às influências que sofreram por seus meios sócio-culturais).
-

Onde atua o Psicopedagogo?

  Psic. Institucional
  Psic. Clínico
  Psic. Hospitalar
  Psic. Empresarial

Há críticos da área que diz haver somente uma área, A Psicopedagogia;

Já em Portugal, por exemplo, há a Psicopedagogia da Infância, do Adolescente, do Adulto e da Velhice (Terceira Idade)
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CICLO DAS AÇÕES PSICOPEDAGÓGICAS
PLANEJAMENTO – ASSESSORIA – DIAGNÓSTICO
TRATAMENTO – INTERVENÇÕES
Trabalho Multidisciplinar
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Na Instituição (...) “Administra ansiedades”

  Identificar os obstáculos dos processos de aprendizagem;
  Superar a fragmentação de conhecimentos e implantar recursos preventivos;
  Análise do discurso, das atitudes e codificação dos sintomas – processo de investigação
  - Ajudar os professores, auxiliando-os a elaborar o plano de aula para que os alunos aprendam;
  - Ajudar na elaboração do projeto pedagógico (PPP’s);
  - Orientar os professores para agir em sala de aula, àquele aluno com dificuldades de aprendizagem;
  - Realizar um diagnóstico institucional para averiguar possíveis problemas pedagógicos;
  - conversar com os pais para fornecer orientações;
  - encaminhar o aluno para um profissional (psicopedagogo, psicólogo, fonoaudiólogo etc) a partir de avaliações psicopedagógicos;
  - auxiliar a direção da escola para que os profissionais da instituição possam ter um bom relacionamento entre si;
  - Conversar com a criança ou adolescente quando este precisar de orientação.
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Na Clínica (...) “Reelabora o processo de aprendizagem”

  Trabalho Assistencial/Remediativo/Curativo - envolve intervenção, diagnóstico, tratamento/assessoria e acompanhamento da aprendizagem

Conversa com os Pais/realização da Anamnese, de dinâmicas

Primeiros Passos da Atuação Clínica
Combinar em entrevista inicial com os pais ou responsáveis sobre o contrato de horários, quantidades de sessões, honorários, dinâmicas e sobre a importância da freqüência e da presença e demais ações das intervenções psicopedagógicas.

*Contrato Psicopedagógico Clínico

*Estrutura da Anamnese psicopedagógica –
  Dados Pessoais; Queixas; Histórico de Vida – Concepção; Amamentação – Eliminação; Evolução Psicomotora – Fala – Sono; História Clínica, da Família; Estimulação – Situações Negativas Vivenciadas pela Criança; História da Família Ampliada e História Escolar.

  Tentar sair da armadilha familiar (dos possíveis culpados) para investigar o que está implícito na problemática da aprendizagem – os sintomas, os conflitos, a possível cura;
-

Outros instrumentos podem ser usados para o “Diagnóstico Clínico” (...)

  Provas operatórias (Piaget);
  Provas projetivas (desenhos);
  Dramatização e Espelhamento;
  Contação de estórias; e,
  Material psicopedagógico para que demonstre a aprendizagem, (etc...).
-

Movimento de Luta para a profissionalização da Psicopedagogia enquanto tal
Organização dos  Psicopedagogos no Brasil

  Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp): –Criada em 1986, em São Paulo, é responsável pela elaboração do Código de Ética da Psicopedagogia.

http://www.abpp.com.br/documentos_referencias_codigo_etica.html

domingo, 8 de abril de 2018

O Tecido da Vida


O Tecido da Vida

Um tecido fiz da vida:
fios subindo, fios descendo.

Um tecido fiz da vida:
fios atados, fios cortados.

Um bordado fiz no tecido de vida:
linhas grossas, linhas finas,
cores claras, cores minhas.

Uma vida fiz tecida,
bordada, quase rendada.

Relevos de altos e baixos,
formas de todo jeito,
que trago aqui no peito.

E agora, trabalho pronto,
até aquele ponto,
que não tinha lugar,
deu um jeito de se encaixar,
fez textura sem par.

Vida Tecida
Rosaly Stefani

sábado, 7 de abril de 2018

Para Onde Orientar os Passos?


Para onde Orientar os Passos?

Penso, aliás, como vocês,
que o que deve, sobretudo
solicitar nossa atenção são os
grandes problemas do mundo e da ciência.

Mas, muitas vezes, de nada serve formular o
simples projeto de dedicar-se
à investigação desse ou daquele grande problema,
pois nem sempre sabemos para onde
devemos orientar os passos.

É sempre mais racional,
em um trabalho científico, mergulhar
naquilo que temos diante de nós,
nos objetos que se oferecem por si mesmos
à nossa pesquisa.

Se o fizermos com seriedade,
sem ideias preconcebidas,
sem expectativas exageradas, e;

Se
tivermos sorte, pode acontecer que,
graças aos elos que ligam tudo a tudo,
o pequeno ao grande, o trabalho que começamos
sem nenhuma pretensão
abra caminho ao estudo de grandes problemas.


Sigmund Freud.
Introdução à Psicanálise

segunda-feira, 2 de abril de 2018

O Tempo do Olhar


O Tempo do Olhar

Se o primeiro olhar é dirigido a quem olha,
as questões seguintes seriam quem olha o que,
quem olha quem, como e porquê do olhar.

O fato de meu olhar convergir
para determinada direção, indica que ele
é preparado antes de ser direcionado.

Há um tempo de espera entre minha intenção
e o ato de olhar.

Olho buscando interagir,
interar, integrar e nesse ato entregar-me.

O tempo do olhar é único,
assim como a interação ocorre num
momento único.

Ao dirigir meu olhar a um aluno devo
considerar o tempo de espera,
avaliando a intenção do meu olhar.

Minha atitude revela-se em meu olhar,
inquiridor ou inquisidor. Posso olhar para criticá-lo 
ou para com ele aprender.

Depende da forma como olho posso 
acolher meu aluno ou afastá-lo.

Posso, com minha atitude no olhar,
conquistá-lo, despertando sua curiosidade
de interrogar-me, aprender comigo.

O olhar dele também pode
provocar em mim curiosidade,
interesse, predispondo-me, assim,
a com ele aprender.

Na convergência de olhares há interação,
com ela aprendizagem - momento único e definitivo,
instante de transcendência, capaz
de recuperar momentaneamente todas as
intencionalidades latentes e por nascer.


Fazenda, Ivani (2000)

domingo, 25 de março de 2018

A invenção de novas tecnologias versus Interfaces da individualidade


Durante a idade média houveram muitas mudanças no seio da sociedade e transformações decorrentes de invenções importantes, o invento do relógio mecânico é um dos vários exemplos que podem ser citados, que podem nos fazer compreender um novo conceito de tempo, já o telescópio nos altera a sensação de espaço e escala, o alfabeto traz em si a ideia de alfabetização, conhecimento e letramento, dentre outras invenções que podem ser enumeradas ao longo da história;

Há certo consenso entre os pesquisadores de que a idade medieval findou-se no início do século XV, e mais precisamente, com a descoberta da prensa tipográfica de Gutenberg e a produção de livros em série. Cabe também salientar que a invenção da televisão e da informática, ocorridas no século XX, delinearam de forma significativa novo sentido para a individualidade contemporânea;



-
A descoberta da prensa tipográfica

Neste sentido, de todas as descobertas e invenções tecnológicas que ocorreram na transição da idade medieval para a Idade Média em seu auge, a descoberta do prelo foi a que obteve maior relevância, até porque, ninguém esperava que um ourives alemão, de Mogúncia, com uma velha prensa produtora de vinho serviria para a criação da produção em série de livros impressos;

Johannes Gutenberg (1398 - 1468) Arcebispado de Mogúncia, Sacro Império Romano-Germânico e considerado o inventor da prensa tipográfica.

Segundo Neil Postman (2011, p.32), “A imprensa criou uma nova definição de idade adulta baseada na competência de leitura, e [...] uma nova concepção de infância baseada na incompetência de leitura”. Nesse novo contexto social, a população de massa necessitou de escolarização para socializar-se com o livro impresso, ao novo indivíduo que surge a partir do século XV;
Assim, a instituição escola se popularizou a partir daí, assim como o novo cidadão letrado aos poucos foi sendo incorporado na sociedade;

“[...] por volta de 1480 havia tipografias em cento e dez cidades de seis países diferentes, cinquenta só na Itália. Em 1482, Veneza era a capital mundial da tipografia e Aldo Manúncio, um veneziano, era provavelmente o tipógrafo mais ocupado da cristandade”. (Idem, 2011, p. 39)



-
A difusa ideia de individualidade do século XV

A realização pessoal era quase irrelevante no mundo medieval numa cultura que se baseava praticamente pela prática da oralidade nos processos de interação e convivência social, com a prole o indivíduo passou a obter a possibilidade de fixar as próprias palavras e obras nos livros impressos, germinando assim uma nova e difusa ideia de individualidade promovida pela descoberta de Gutenberg;

Segundo Postman (2011, p. 37), as mudanças tecnológicas em comunicação se desdobram, basicamente, em três tipos de efeitos: o primeiro é alterar a estrutura dos interesses – coisas em que pensamos; depois em modificar o caráter dos símbolos – as coisas com que pensamos – e por fim, a natureza da comunidade – a área em que os pensamentos e as intenções se desenvolvem no sentido de que “[...] toda máquina é uma ideia, ou um conglomerado de ideias”;


A partir do século XV, os sujeitos compartilham um novo ambiente social em praticamente toda a Europa tendo promovida a leitura e a escrita como artefato social, evidenciando a necessidade de preparar desde a infância, a criança que se tornará uma adulta para este novo contexto social. Assim, a modernidade produziu a divisão do mundo adulto em relação a do infantil a partir do mundo letrado que surge com prensa de Gutenberg;



-
A era da informação e o panorama da individualidade no século XXI

Em resumo, a história da informática e da internet moderna, inicia-se a partir de 1970 com a empresa norte-americana “Intel Corporation” que lança seu primeiro microprocessador LSI – Large Scale Integration, em chip pequeno disponibilizado comercialmente, contendo integração dos circuitos e reunindo as funções do processador central, tais como: a unidade de processamento, a memória e os controles de entrada e saída de dados;

A década de 1970 ficou conhecida pela avalanche de microcomputadores pessoais. A Xerox lançou a sua primeira estação de microprocessador com entrada para mouse, o Scelbi SH, para trabalho pessoal;

Já em 1990, temos a geração de computadores pessoais. Os anos 2000 fizeram história e foi marcado pelo aparecimento de computadores móveis, a canadense RIM lançava o primeiro Smartphone do mundo, chamado de Blackberry;

O primeiro Smartphone com tela sensível ao toque e com sistema operacional avançado com capacidade de rodar aplicações complexas e ainda com player de música e animações foi apresentado por Steven Paul Jobs em 2007, estadunidense do setor de informática, co-fundador da Apple;

Na mesma década foi lançado o iPad, no ano de 2010, responsável pela criação e gesticulação da indústria gigantesca de Tablets, assim como o iPhone fez com os tão conhecidos Smartphones;


-
A era do treinamento, de humanos infoxicados e da fluente Geração X, Y e Z

Para a preocupação de p@is e professores, vivemos na era do treinamento. Segundo Augusto Cury (2008), que em seu livro intitulado de “O código da Inteligência: A formação de mentes brilhantes e a busca pela excelência emocional e profissional”, nos diz que hoje em dia existe treinamento para tudo o que pretendemos ser, seja para praticar esportes, dançar, calcular, escrever, treina-se também para dirigir veículos, operar máquinas, usar computadores, administrar empresas, tomar vinho e apreciar uma boa obra de arte. Esta é a égide que rege as sociedades atuais;
Neste linha de raciocinio, Cury (2008, p. 71) nos diz que as sociedades atuais geram o humano com a Síndrome do Pensamento Acelerado – SPA, com a hiperconstrução de pensamentos e sente dizer que “[...] nos sentimos mais ameaçados do que os seres humanos do passado, pois nossos inimigos se multiplicaram e se tornaram mais penetrantes”. Diante do exposto, das mazelas sociais e psíquicas presentes na sociedade, cometemos um erro gravíssimo: não desenvolver nossas capacidades imaginárias, nossa capacidade de superação das interpéries e nossas potencialidades intelectuais resultantes de nossa ação no teatro social e psíquico. (Nos capítulos III e IV, tratarei melhor do assunto);
As causas da SPA são muito conhecidas, como os excessos  de informações que nos são acessíveis. Temos excessos de estímulos visuais e sonoros advindos da televisão, do computador, da internet e dos games. Temos excessos de responsabilidades, compromissos e atividades (em cursos de atualização profissional e de línguas, por exemplo) e como se não bastasse, ainda temos o desejo compulsório pelo sucesso a qualquer custo e por ser o número 1º, assim como a competição voraz pelo mesmo. As informações se multiplicam a cada cinco anos na atualidade. Os sintomas são conhecidos e parece que grande parte da população mundial das sociedades atuais, desde crianças até os idosos são acometidos por ela, assim descreve Cury (2008, p. 72):

“Irritabilidade; Flutuação emocional; Inquietação; Intolerância e contrariedades; Déficit de concentração; Esquecimento; Fadiga excessiva; Sono não reparador gerando cansaço ao despertar, assim como sintomas psicossomáticos: dores de cabeça, dores musculares, queda de cabelo, gastrite e outros.”

O indivíduo infoxicado pode ser comparado a alguém contaminado por um vírus que compartilha com os outros via internet, principalmente, mentiras e informações falsas, sem conseguir avaliar a veracidade dos fatos, não consegindo medir as possíveis consequências que podem causar tais mentiras;
O termo Geração X foi criado por Robert Capa em 1950 para designar as pesssoas nascidas após o chamado “Baby Boom”, entre as década de 20 e 40, com o aumento significativo na taxa de natalidade nos Estados Unidos no pós-guerra, inclui ainda aqueles que nasceram no início de 1960 e final dos anos de 1970, sendo incluídos os que nascerão até o ano de 1982. O “bom passado” narrado por nossos p@is sobre as brincadeiras de rua, de pular corda, de esconde-esconde, de cobra-cega, de pega-pega, de passa-anel, dentre outras, parecem ficar no passado, se divertir nos games usando computadores conectados à internet é muito comum hoje em dia;
A Geração Y compreende os que nasceram entre o fim dos anos (1970–1990). Segundo Afonso Borges, em seu livro “Social Target”, no ano de 2012 representou 20% de toda a população mundial, período que foi marcado por grandes evoluções tecnológicas. Foi a geração que gozou o que seus p@is não gozaram, acessaram a TV a cabo, os videogames, os computadores conectados a internet, e muito mais;
A Geração Z compreende aqueles que nasceram entre os anos (1992-2010), estando ligada à expansão do uso da internet e dos aparelhos eletrônicos, sendo conhecidos como nativos digitais, dado o contexto em que vivenciam com as novas tecnologias, com os smartphones, os tablets, e o melhor de tudo, estão sempre conectados. Alguns cientistas dizem que no ano de 2045 as máquinas irão adquirir capacidades próprias, singularidades capazes de realizar coisas sozinhas, e melhor e mais rápido que qualquer humano;

Trabalham em casa no chamado Home Office, ganham dinheiro com blogs, mídias, com vendas de anúncios no canal do youtube,  publicidade, a vida profissional destes é muito flutuante e não acreditam passar a vida inteira em uma empresa apenas. Sempre estão se atualizando.


BIBLIOGRAFIA:
CURY, Augusto. O código da Inteligência: A formação de mentes brilhantes e a busca pela excelência emocional e profissional. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil. Ediouro, 2008.
POSTMAN, Neil. O desaparecimento da Infância. Trad.: Suzana M. De A. Carvalho e José L. De Melo. – Rio de Janeiro: Graphia, 2011.

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