O
ADVENTO DOS GRUPOS ESCOLARES
A reforma
começou em 1890 pela Escola Normal, inspirada
nos exemplos dos países como a Alemanha, Suiça e Estados Unidos, então criada a
Escola Modelo, anexa à Escola Normal
de São Paulo composta por duas classes, uma feminina e outra masculina, a
partir de 1892, a reforma geral da instrução pública, seu centro localizava-se
na escola primária.
A
grande inovação estava na instituição dos grupos escolares “criados para reunir em um só prédio de
quatro a dez escolas, pois a estrutura anterior haviam classes isoladas ou
avulsas e unidocentes”.
Cada
Grupo Escolar tinha um diretor e
tantos professores quanto necessários no interior dos grupos escolares, dando
origens às classes que correspondiam às séries anuais, eram seriados e
implicavam uma progressão de aprendizagem, isto é, os alunos passavam
gradativamente, da primeira à segunda série e desta para a terceira até
concluir a última série.
Seus princípios pedagógicos
vieram mais tarde a ser considerados como Pedagogia
Tradicional:
a) Simplicidade,
análise e progressividade: o ensino deve começar pelos elementos
mais simples e enriquecendo à medida que adquire os novos conhecimentos
gradualmente dispostos;
b) Formalismo: o
ensino esforça-se por ser dedutivo;
c) Memorização: a
medida do conhecimento do aluno é dada pela sua capacidade de repetir o que foi
ensinado pelo professor;
d) Autoridade: a
escola elabora um sistema de prêmios e castigos, de sanções visando garantir a
organização pedagógica fundada sempre na autoridade do professor;
e) Emulação: a
ideia de dever, a necessidade de aprovação e o sentimento de mérito são
desenvolvidos para manter a atividade escolar, contemplando o princípio de
autoridade;
f) Intuição: o
ensino deve partir de uma percepção sensível do aluno e a sua observação. Desenvolvem-se
todos os processos de ilustração com objetos, animais ou suas figuras. (método intuitivo divulgado pelos discípulos
de Pestalozzi no decorrer do século XIX na Europa e Estados Unidos)
Rui Barbosa e Caetano de
Campos foram entusiastas do método intuitivo e por ele guiou-se a organização
das escolas-modelos e dos grupos escolares.
No
estado de São Paulo os grupos escolares se disseminaram, chegando a 101 escolas
em 1910, sendo 24 na capital e 77 no interior. De São Paulo o modelo
irradiou-se pelos demais estados do Brasil.
Em Santa Catarina, o
primeiro grupo escolar foi criado em 1911 na cidade de Lages, cidade natal do
então governador Vidal Ramos, que emprestou seu nome ao Grupo Vidal Ramos.
Tal modelo de escola
elementar encontra-se ainda hoje em vigência nas quatro primeiras séries ou “primeiros
cinco anos”, onde se denomina ensino fundamental.
No fundo, as escolas-modelo
formavam as elites – a questão da educação das massas populares ainda não se
colocava, pois o significado pedagógico implantado no modelo dos grupos
escolares levavam a divisão do trabalho escolar ao formar classes com alunos do
mesmo nível de aprendizagem e nos mais refinados mecanismos de seleção com
altos padrões de exigência escolar, determinavam barreiras à continuidade do
processo educativo e acentuavam o aumento da repetência nas primeiras séries
dos cursos.
A
Reforma Sampaio Dória abriu o ciclo de reformas estaduais que
marcaram a década de 1920, processo que alterou a instrução pública em variados
aspectos e mais para o final da década, a penetração do ideário escolanovista,
dentre as quais:
a) O aparelhamento
técnico-administrativo;
b) A melhoria
das condições de funcionamento;
c) A reformulação
curricular;
d) O início
da profissionalização do magistério;
e) A reorientação
das práticas de ensino.
Foi na década de 20 que a
versão tradicional da Pedagogia Liberal foi
suplantada pela Pedagogia Moderna.
Colaboraram nesse processo,
a criação da Associação Brasileira de
Educação (ABE) em 1924, por iniciativa de Heitor Lyra, em torno da bandeira
da educação ganha impulso com a concepção humanista moderna de filosofia da
educação, reunindo adeptos às novas ideias pedagógicas. Em 1927, a (ABE) organizou a I Conferência
Nacional de Educação, evento promovido regularmente nos anos seguintes.
Se
disseminaram as ideias laicas, culminando na exclusão do ensino religioso das
escolas públicas em 1889. Separou-se Estado
e Igreja em supostas ‘idas e voltas’, incluisive a Igreja reage com a
pressão para o reestabelecimento do ensino religioso nas escolas públicas e
difunde seu ideário pedagógico por meio de publicações de livros e artigos em
revistas, jornais e nas próprias escolas normais.
REFERÊNCIAS:
SAVIANI, Dermeval. História das ideias pedagógicas no Brasil. 4ª ed. – Campinas, SP: Autores Associados, 2013. – (Coleção memória da educação)
REFERÊNCIAS:
SAVIANI, Dermeval. História das ideias pedagógicas no Brasil. 4ª ed. – Campinas, SP: Autores Associados, 2013. – (Coleção memória da educação)
Nenhum comentário:
Postar um comentário